quarta-feira, 12 de abril de 2017

Resenha: O menino do pijama listrado - John Boyne

Título: O menino do pijama listrado
Autor: John Boyne
Gênero: Romance, literatura estrangeira
Editora: Seguinte
Ano: 2007
Páginas: 190
Compre: Amazon - Saraiva - Submarino
Sinopse: Bruno tem nove anos e não sabe nada sobre o Holocausto e a Solução Final contra os judeus. Também não faz idéia que seu país está em guerra com boa parte da Europa, e muito menos que sua família está envolvida no conflito. Na verdade, Bruno sabe apenas que foi obrigado a abandonar a espaçosa casa em que vivia em Berlim e a mudar-se para uma região desolada, onde ele não tem ninguém para brincar nem nada para fazer. Da janela do quarto, Bruno pode ver uma cerca, e para além dela centenas de pessoas de pijama, que sempre o deixam com frio na barriga.
Em uma de suas andanças Bruno conhece Shmuel, um garoto do outro lado da cerca que curiosamente nasceu no mesmo dia que ele. Conforme a amizade dos dois se intensifica, Bruno vai aos poucos tentando elucidar o mistério que ronda as atividades de seu pai. O menino do pijama listrado é uma fábula sobre amizade em tempos de guerra, e sobre o que acontece quando a inocência é colocada diante de um monstro terrível e inimaginável.


Adivinhem quem esqueci de fazer essa resenha! Se não tivesse lido o nome do livro em outro lugar jamais lembraria de trazer minha opinião pra vocês rs 
O que falar desse livro que esperei pra ler por tanto tempo e foi uma decepção? Sim, me decepcionei com O menino do pijama listrado, esperava uma obra muito melhor, mas antes de você me apedrejar, vamos entender o porquê. 

Esse livro é aclamado e aplaudido por todos. Antes de comentar no Twitter que tinha desgostado, nunca tinha encontrado uma pessoa se quer que tivesse feito uma crítica negativa (não que eu tenha procurado a fundo). O que acontece é que graças a isso, eu sempre quis ler esse livro e criei uma expectativa imensa de que ia ama-lo, que ia chorar horrores assim como muita gente. Expectativa é uma merda, digo e repito. 

John Boyne escreve muito bem sim, isso não vou negar, e ele tem uma visão interessante das coisas. Em meu entendimento, ele quis passar a Segunda Guerra por um outro ângulo, no caso, pela visão de uma menino alemão que é inocente, tanto por seus atos quando por trazer a inocência da infância, e assim, mostrar não só um outro lado de uma guerra como também deixar claramente uma comparação. 

O pecado de Boyne pra mim, foi se exceder. Teve muito "mais" em momentos que deveriam ser "menos". O menino alemão, Bruno, peca pelo exagero em sua inocência. Vejam bem, criança é pura (até certo ponto), não entende as coisas, mas não é ao extremo assim não. Bruno até o final do livro não percebe que está em guerra, não percebe o que é aquele lugar em que ele está e acreditem, pela idade que ele tem, por mais protegido que tenha sido em sua criação, o menino iria descobrir a situação ou pelo menos ir muito além das parcas suspeitas que tem. 

Outro pecado no personagem de Bruno é sua constante e exagerada reclamação. Na história, o menino é obrigado a se mudar de sua casa de 5 andares, com corrimão para escorregar e lugares para explorar para uma casa de 3 andares, sem corrimão para escorregar e lugares para explorar. E não estou descrevendo as casas atoa, ele o faz isso durante o livro todo. É sempre uma reclamação cansativa de uma criança entediada e que não entende a gravidade do momento. É chato, é enfadonho, me fez querer desistir do livro diversas vezes, principalmente pelo fato de 90% da história ser composta por isso: Bruno reclamando.

É claro que ele tem conversas e interage com os outros personagens, como sua irmã, a empregada, os oficiais, mas não é o suficiente para suprir a necessidade de momentos interessantes na leitura. Até quando ele conhece Shmuel, o menino judeu do tal pijama, suas conversas são chatas por parte de Bruno. Vemos de um lado da cerca um menino com medo, sofrendo e sem saber o que fez para merecer aquilo, um menino que vai se degradando conforme o passar dos dias, e do outro lado temos Bruno, um menino reclamando de barriga cheia e desviando de assuntos importantes para seu novo amigo, por puramente se incomodar com o assunto. 

O livro é bom? Só no final. Aos 45 do segundo tempo, o autor fez valer a pena. Sim, o final é impactante, mas não é nada além do que eu esperava. Não me emocionei, não chorei, apenas tive um sentimento que não saberia nomear, mas que pode ser descrito como "isso, foi o final certo a se fazer, apesar de horrendo estou satisfeita". 

Não sei se o problema sou eu, mas sinceramente não entendi todo o clamor em torno desse livro. Se dou 3 estrelas, é por entender a ideia do autor e admitir que foi boa e considerar que ele escreve bem, porque a decepção foi enorme. 

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